Se há evento em que detesto estar presente é um funeral e não por o mais óbvio: a perda de um ente querido. De certo isso também ajuda um bocado.
Uma pessoa morre, toda gente fica a saber (aqui na minha zona e em toda a freguesia). Maior parte das pessoas que comparecem na igreja e cemitério muitas vezes nem chegaram a falar uma única vez com o falecido, marcam presença porque são mesquinhas e querem saber quem vai e quem não vai, quem chora e quem não o faz e os motivos para tudo isso.
Mas se há coisa que altera totalmente o meu estado de espírito é o facto de estas pessoas não-bem vindas terem o descaramento e a indecência de falarem alto e rirem durante a cerimónia e no enterro. Juro, pela minha saúde, que nesses momentos me apetece distribuir chapadas a tudo o que fala! É uma total falta de respeito! É indecente! É mesquinho! É descarado! É vergonhoso! É um ultraje! Raios os partam!
Para acumular o meu gosto por funerais, o padre da região faz algo perto da nulidade: chega atrasado, é interesseiro (por dinheiro), incompetente, dá a missa com trombas, mal humorado, é apressado. Não tem compaixão pela família e amigos do falecido, diz o que tem a dizer e vai embora, deve de ter pressa para ir ver As Tardes da Júlia ou o programa do outro da manhã.
O funeral é suposto ser um tributo, honra, despedimento das pessoas mais próximas do falecido, e não um passatempo ou uma desculpa para faltar ao trabalho.