segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O balanço (Existe amor aqui parte II)

"Image used with permission and copyright Meredith Dillman"
Site: http://meredithdillman.com/D.A: http://kyrn.deviantart.com/

Existe amor aqui neste coração, muito amor...

Mas eu não passo de uma fantasma.... de uma existência fugaz que vagueia por este mundo, sem saber o que fazer.
Simplesmente existo porque tenho de existir.


Pode existir amor num ser como eu?

Passo os dias a balançar entre o lado bom e mau da minha existência, não existe equilíbrio, nunca existiu e queria acabar com esta incerteza, quero ter onde me apoiar e que seja suficientemente forte para me segurar.

A minha flor está mais fraca e débil, temo que demore a crescer.

Mesmo assim, com tudo de mau na minha existência, não tenho coragem para lhe pôr fim. Por mais mal que me sinta, é impossível eu o fazer, nem eu mesma sei exactamente porquê, talvez seja por ter medo da morte, talvez por achar que a vida é a coisa mais preciosa que temos.

Será mesmo tudo mau na minha vida? Ou será que...


Nós só damos valor as coisas quando as perdemos

Porque afinal eu tenho o básico da vida para sobreviver, posso é não lhe dar valor agora

Há muitos “mas” na minha vida e nada em concreto.

domingo, 2 de novembro de 2008

Existe amor aqui (Parte I)

© Araqa

Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.

Fernando Pessoa

Existe amor aqui... neste coração.
É pequenino, sensível e frágil, como uma pequena planta; alimenta-se dos meus sonhos e esperanças (que, apesar de poucos, a vão mantendo viva) e muito boa gente acha estranho que os tenha dentro de mim, e por vezes até eu mesma me pergunto como isso é possível, mas o facto é que tenho. Gosto de sonhar e de fantasiar, gosto de flores, de fadas, do céu azul, da luz, das estrelas... gosto de tudo o que seja o oposto da escuridão, não me tomem como uma criatura nocturna porque eu não o sou, eu também gosto de rir e de sorrir, e queria ter mais motivos para o fazer. Vivo e gosto de viver no mundo dos sonhos, mesmo sabendo que é traiçoeiro e irreal, é graças a ele que tenho esperança que a minha vida possa melhorar e que possa alcançar a felicidade.


Felicidade, um sentimento agradável... um sentimento quente... um sentimento confortável... um sentimento puro. O ser humano vive em busca da felicidade

Por mais que a escuridão nos tome, a nossa busca por ela nunca cessa. Ninguém gosta de viver nas sombras (apesar de alguns dizerem que sim) porque é um mundo desmotivante e apesar de eu admira-lo, não quero continuar nele. E para isso tenho de fazer com que a minha planta vá crescendo aos poucos e poucos. Com força e dedicação ela vai tornar-se uma planta forte e rija que nem um grande vendaval consiga destruir.

Deixem-me sonhar... eu não me importo de cair.

Ajudem-me a ter segurança em mim, com verdades e não mentiras!

Eu não tenho medo, porque sofrer faz parte da vida...


E no dia em que ela desabrochar, darei tudo o que tenho para a manter bonita, saudável, fresca e forte, e se o vento for mais forte que ela e a levar para longe de mim, chorarei... mas quando chegar a altura, plantarei outra nova, pois a semente estará sempre dentro de mim.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Auto-reflexão: Eu e os outros



© Kmye chan


Existem muitas “Filipa” (como indivíduo) por esse mundo fora, a Filipa que o meu próprio “eu” vê, a Filipa no coração dos país, a Filipa no coração da tia, a Filipa no coração dos vários familiares, a Filipa no coração do Ricardo, no coração da Elisabete, no coração dos restantes amigos, no coração dos vizinhos, no coração dos colegas, no coração dos professores, no coração de toda gente, em todos os corações há uma “Filipa - eu”. Todas elas são diferentes umas das outras, dependendo do coração de cada um.

Eu, um ser humano física e organicamente normal, vivo à procura de individualidade, uma personalidade só minha… uma alma só minha. Esse é o meu desejo. Uma auto-protecção para com a sociedade é necessária pois ela não me (nos) facilita ser diferente dos outros… pensar, agir de maneira diferente.

Amigos, pessoas com quem nos identificamos, que gostamos, que estimamos, que nos apoiam e suportam quando mais precisamos. Este é significado de amizade que aprendemos desde pequenos. 
Olá tudo bem? Não? Então o que se passa, podes contar comigo se precisares!”, supostamente uma pessoa sente-se feliz quando ouve/lê uma frase destas. Isto acontece-me com frequência e o que me faz muita confusão é que todas essas palavras bonitas e simpáticas têm um objectivo: conveniência. 

Vivo num mundo ao contrário, um mundo só meu... não sou igual nem parecida com a maioria, não tenho os princípios, nem as mesmas motivações, nem o mesmo modo de divertimento: o que eles acham “fixe”, eu acho estúpido, o que eles acham maçador eu acho “fixe”. Claro que posso estar a generalizar mas de certo modo é quase sempre assim. Eu gosto de ser como sou, e também gostava que os meus “amigos” gostassem e me aceitassem assim... mas não é isso que acontece.

Porquê? Porque me pressionam tanto? Porque tenho de gostar das mesmas coisas que eles?  Há alguma lei que diga isso? Não, então porque raio não me aceitam como eu sou? 
Não gosto de discotecas e nem tenho intenção de vir a gostar! Não me empurrem lá para dentro quando eu não o quero fazer.
Não gosto de bebidas alcoólicas.
Adoro anime! Têm problemas por ser japonês e serem "desenhos animados". Um erro comum na cabeça das pessoas.
Prefiro uma conversa sobre controvercidades do que uma conversa sobre maquilhagem... sou javarda se calhar.

Só há uma coisa que eles dizem e têm razão, eu devia de sair mais! E concordo plenamente, devia de sair mais, ir a sítios que gosto, fazer coisas que gosto... com pessoas que gosto, não pessoas que me que querem obrigar a fazer aquilo que não quero e a ir onde não gosto.


Eu sou somente um gota de água que cai contra uma enorme e dura falésia


Aqueles que remam contra a maré têm certamente muitas dificuldades, é necessário um grande esforço e muita força de vontade. Muitos desistem, talvez por medo, por falta de forças e de motivações... 


Pergunto-me, valerá a pena todo este esforço?


PS: E já agora, como é a Filipa no seu coração?

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Evolução: boa ou má?


Antigamente não existiam muitas máquinas fotográficas, que eram utilizadas para retratar uma pessoa e/ou famílias para decorar a sala de jantar, para documentos identificativos e festas importantes, como baptizados e casamentos. O que é compreensível já que na altura não havia muito dinheiro e as pessoas trabalhavam somente para a sua alimentação e também uma máquina fotográfica não era muito acessível.

Com o passar dos anos, a tecnologia foi evoluindo de modo a que as máquinas fotográficas foram aparecendo cada vez mais e com maior eficiência. Um bom exemplo é que antes as fotografias eram a preto e branco, depois passaram a meio acastanhadas e agora já têm todas as cores disponíveis.

Qualquer pessoa hoje em dia tem oportunidade de ter uma, quer seja mesmo uma máquina fotográfica, quer seja no telemóvel.

Mas não é sobre a evolução, capacidade e eficiência das máquinas fotográficas que eu quero falar, mas sim sobre as modificações que elas trouxeram à nossa sociedade.

Antigamente, as pessoas não se importavam com aspectos que nós hoje em dia damos valor. Porque não havia internet, computador, máquinas fotográficas nem telemóveis... Tenho quase a certeza que antes, os almoços de família eram bem mais interessantes do que na actualidade e não só isso, a educação também era diferente, em vez de pesquisarem na internettínhamos que nos deslocar a uma biblioteca e passar lá umas quantas horas para obter uma coisa que hoje, os estudantes conseguem em 5 minutos no máximo.

Será que é melhor agora do que antes? Eu acho que não porque antigamente os professores não eram tão exigentes como são hoje, e por isso o ensino, do meu ponto de vista, era bem mais fácil. Lógico que eu não posso afirmar isso, eu não vivi nesse tempo.

Uma das coisas que também alterou significativamente foram as cartas escritas, que deixaram praticamente de existir. Quem hoje em dia escreve uma carta ao amigo a perguntar como estão as coisas?
Não o fazem porque têm a internet ao seu dispor, com os e-mail's, o hi5, o msn... estas três coisinhas vieram alterar o nosso mundo completamente. São viciantes, são perigosos, são uns rouba-sentimentos! Na minha escola, que é muito pacata e calma, eu vejo adolescentes a saírem da sala de aula e irem directamente para os computadores da biblioteca... muitos deles nem chegam a almoçar. Eles vivem para aquilo, vivem para o hi5, vivem para o msn!

Antigamente para conhecermos uma pessoa, tínhamos de conviver com ela directamente... agora, convive-se na página da internet a um clique de distância. Para alguns que tem dificuldades em criar amizades e em relacionar-se com a sociedade este meio de comunicação veio trazer algumas vantagens, mas quando utilizado correctamente.

Mas o que eu quero realmente salientar é o assunto das fotografias!

Temos de tirar fotos!” é uma das frases que eu ouço mais regularmente!

Para que querem as fotos? Para colocarem no álbum de recordações? Para colocarem numa moldura no vosso quarto?
Naaaaa... querem fotos para meterem no querido do hi5!

Passo a dar um exemplo.
O telemóvel toca, eu atendo:
- Olá Filipa!
- Olá!
- Queres ir dar uma voltinha comigo?
- Sim pode ser... onde queres ir?
- Ah vamos aí a um jardim... vamos tirar umas fotos!!
- Eish! Lembrei-me que tenho coisas para fazer. 
Hum... pode ficar para a próxima?

É verdade que não gosto de tirar fotografias, mas a pessoa em questão queria só tirar umas fotografias, para depois ir colocar no hi5, meter uma nota na foto a dizer o link do meu, e em baixo no comentário pôr:



“Adoro-te Filipa! A nossa amizade rulla!”

As pessoas não vivem para agradar aquelas que realmente gostam delas mas sim para agradar aqueles que desconhecem porque os conhecidos já estão na estante! Já estão na colecção... e nessa mesma colecção não passamos de bonecos que vamos sendo substituídos pelos novos modelos.


O importante quando vamos conhecer alguém amigo da internet não é o falar e estar com ele/a mas sim as fotografias! Passam muito, bastante mais tempo a tirarem fotografias aos dois do que propriamente a falar, e têm de tirar várias claro porque umas podem ficar mal (ou ele/a ficou com o olho fechado... ou ele/a ficou com a boca torta...) é para mostrar aos outros... como gostam dos "amigos".

Agora já é tudo virtual, já não se saí com os amigos verdadeiros para se divertir um bocado... agora fala-se com os conhecidos e desconhecidos da internet.

Quero muito muito ter um amigo a sério... já o tive, mas ele infelizmente morreu.
Mas podem ter a certeza que no dia em que encontrar um amigo verdadeiro eu vou tirar uma fotografia para meter só no meu quarto porque aí sim, foi um momento importante!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Preciso de escrever!

Escrever sempre foi para mim um escape. E que grande escape... é pelas palavras soltas e a fluidez da escrita que esculpo os meus sentimentos num papel ou, como tenho feito ultimamente, por um teclado.

Agora sinto-me mal!
Não consigo escrever!
Não sei o que, como, onde, quando escrever!
Não tenho assunto! Não tenho nada para dizer... estou vazia.




O buraco onde cai é muito difícil de sair.
E não é tão fácil como muita gente pensa e quer que seja! Não bastava eu estar desequilibrada a nível do sistema nervoso, ter entrado em depressão há uns meses atrás por pensar que tinha uma doença grave e desenvolvi um estado de hipocondria. É muito difícil para uma pessoa, que não passou por coisa semelhante, entender como é difícil o meu dia-à-dia.

Quando a Ansiedade se transforma numa Doença por Dr. Miguel Botelho

"Estando presente em todos os seres humanos é, também, perante diferentes circunstâncias da vida, que ela pode manifestar-se de diferentes maneiras. E às vezes, acaba por se manifestar duma forma anormal, transformando-se numa doença a tempo inteiro. Fobias, ataques de pânico, obsessões compulsivas são alguns exemplos disso.
Em algumas pessoas, a ansiedade acaba por se manifestar duma forma anormal, e com regularidade: ou é um estado de ansiedade permanente, sem razão nenhuma aparente, que está instalada, ou porque a intensidade e o tipo de respostas face à situação vivenciada estão bastante desadequadas. Torna-se sintoma psicopatológico quando paralisa a actividade normal ou o quotidiano duma pessoa, ou quando tende para o seu aniquilamento. Estamos, portanto, perante quadros de ansiedades patológicas.
Os sintomas são: fadiga, falta de ar, picadas nas mãos e nos pés, confusão, instabilidade/sensação de desmaio, dores no peito e palpitações, contracções ou tremores incontroláveis, tensão muscular, sensação de ter um nó na garganta, dificuldades para dormir e relaxar.


O porquê da depressão?


O meu estado de ansiedade levou-me a pensar que tinha uma doença grave e então desenvolvi uma depressão. 

Alguns factores de risco onde me encaixo:
* Pessoas com história familiar de depressão 
* Pessoas do género feminino 
Pessoas com tendência para ansiedade e pânico 


Hipocondria

Hipocondria é o medo persistente de se ter uma doença séria. Uma pessoa com este distúrbio tende a interpretar sensações normais, funções corporais e sintomas leves como um sinal de uma doença grave. A hipocondria é em alguns casos semelhante ao distúrbio obsessivo-compulsivo.

Os sintomas da hipocondria incluem:
* Preocupação com ter doença grave
* Interpretação errada dos sintomas de seu corpo
* Medo persistente de doença, apesar de ter confiança no médico
* Psicose
Depressão clínica

Um indivíduo sem habilitações adequadas muito dificilmente consegue acalmar outro que esteja nesta situação, é por isso que uma pessoa com este "estado" dificulta não só a sua vida mas também as vidas de quem a rodeia.
Antecipar a própria morte todos os minutos...

Eu não preciso que me venham com coisas do tipo "Tens de mudar a tua maneira de ser, tens de mudar a maneira de reagir a isto ou aquilo, tens de mudar, MUDAR" O tanas para o mudar!
Eu preciso que aceitem aquilo pelo qual estou a passar e tentar minimamente ajudar.